“… pudesse manter as atividades do dia a dia do TI enquanto eu me dedicava aos novos projetos.
O retorno para as vagas foi rápido, mas para todas as entrevistas, percebia que o perfil estava muito abaixo do que eu havia solicitado. Os candidatos não tinham o conhecimento básico de TI. Ao reclamar isso com o Zurman, recebi a resposta que ele teria alinhado com o Vítor sobre a faixa salarial desse novo pessoal e que eu não conseguiria grande coisa com salários tão baixos. Disse que eu deveria me contentar com isso por enquanto até que a empresa tivesse condições de contratar gente com mais experiência.
Discuti algumas vezes com Vítor e Zurman por causa disso, porque era nítido que eles não tinham entendido a complexidade das atividades diárias do TI e quais eram as responsabilidades e desafios que esse pessoal teria pela frente. Trabalhar com sistemas e equipamentos sofisticados demanda conhecimento e conhecimento não se paga com salário tão baixo. E quando digo baixo, estou dizendo baixo mesmo. Para se ter uma ideia, o salário oferecido para as três vagas era quase o mesmo dos estagiários.
Eu jamais tive problemas para ensinar o básico de TI para novos funcionários. Acontece que naquele momento, eu realmente precisava de gente com experiência e de preferência, melhor do que eu. Eu tinha paciência para ensinar, o que eu não tinha era tempo.
Esse foi o primeiro momento em que senti que a solução apontada pela Martha, em colocar um diretor financeiro como meu superior direto, não era a decisão mais acertada para a nossa realidade. Era nítido que as prioridades eram divergentes e eles estavam analisando somente os custos.
Quando ocorreu a próxima reunião do Conselho, lá estava eu novamente reclamando que o número de profissionais que seriam contratados estava muito abaixo do que eu inicialmente havia sugerido e que, além disso, o salário oferecido não tinha chamado a atenção de profissionais com o perfil esperado.
Cheguei a comentar que o resultado por contratar profissional desqualificado e de mão de obra barata poderia ser desastroso. Eu não teria tempo hábil para treiná-los a tempo de iniciar os projetos e acompanhar as rotinas diárias do TI.
Zurman exaltou-se e disse que ele tinha experiência de muitos anos contratando gente e que ele jamais colocaria alguém desqualificado para…”